Quando escrevemos o roteiro no início de 2014, não tínhamos ideia dos eventos que aconteceriam.
Escrevemos o roteiro original com a intenção de contar uma história sobre aceitação. A aceitação da morte como parte da vida. Quando alguém se depara com as situações mais difíceis, deve aceitar a própria mortalidade e fazer as escolhas mais positivas com os momentos que tem de vida. Para não fazer escolhas importantes por medo.
Concluímos a produção original em 8 de agosto de 2014 e no dia seguinte Michael Brown foi baleado e morto em Ferguson, Missouri.
Você não pode antecipar nem ignorar eventos como este. As coincidências foram abundantes, a história original do filme estava muito próxima dos assuntos atuais e, ainda assim, não contribuiu muito para o processo de cura.
A missão do meu trabalho é inspirar e capacitar as pessoas através de produções cinematográficas instigantes e emocionalmente poderosas.
Vi uma oportunidade, junto com meu parceiro de redação, de criar um filme que fizesse referência aos assuntos atuais e ao mesmo tempo pintasse uma nova perspectiva.
Cortamos uma cena no meio, escrevemos duas novas cenas para substituí-la e escrevemos uma nova voz de abertura.
Criamos um novo filme. Um filme muito mais poderoso. Um para aumentar a perspectiva do espectador. Um filme para quebrar a narrativa mediática tradicional que tem sido pintada em torno desta questão.
Então agora, sabendo de tudo isso, por que criei este filme nesta forma final?
Para fazer muitas perguntas.
Para capacitar o espectador.
Para inspirar conversas importantes.
–Michael Marantz